terça-feira, 12 de agosto de 2008
Conversa fiada. Mas multa não.
Entro no meu carro e minha mae me alerta: -Você não pode beber hein, são quase 1000 reais de multa. Paro, analiso e vejo que as leis estão contra mim. Prepotência achar que todo o sistema me odeia e que uma grande corporação criou certas normas exatamente para me prejudicar. Mas sigo pensando nisso e sou parado nos boxes das Superintendencia de Engenharia e Trafego, deparado com um tipico sangue-suga, inflado pela nova lei que atende pelo nome seca, mas ironicamente é relacionada ao molhar das mãos dessas autoridades. Documentos são pedidos. Carteira Nacional de Habilitação vencida, dialogo com ele sobre porque os motoristas de antigamente tinham sua carteira válida por 20 anos e hoje apenas 5. Ganho um prazo para renová-la e uma ameaça, claro. Documento do carro vencido. Alego não ter multas e por ajudar um orfanato com crianças muito frágeis, dar aulas de inglês para idosos e informática para uma comunidade carente, não dispunha de tempo para ir a burocrática fila do Detran. Comovi o Senhor das leis de trânsito. Achei que ia sair dessa, quando ele diz: -Deixa eu ver o extintor por favor? Claro senhor. Mas estava vencido. O responsável pela segurança do transito se emburra, diz que é errado tantas infrações e chama um colega dizendo: A Madre Tereza aqui está mais irregular que a Chapada Diamantina. Dou até risada com um pouco de medo do que podia vir a acontecer. Ele volta e me obriga a comprar um extintor que ele tinha lá. Depois de promessas e ameaças de que dei sorte de sair sem multas e apreensões, meu celular toca. Era aquela gata, namorada de um cara da faculdade. Sem pensar, dou tchau aos santos da lei e atendo enquanto passo a primeira marcha, com a mão esquerda por estar com a direita ocupada com o telefonema. Peraêêêêê, diz o guarda de longe me fazendo frear o carro e acelerar meu coração. Desligo e ele diz: -Assim também é demais. Vou te aplicar uma multa por falar no telefone, outra por sair sem seu cinto de segurança e mais uma por desacato. Três??? Libera a do desacato. Se reclamar eu aumento disse ele. Enquanto ele anotava a multa em seu triste cartão amarelo eu calculava o prejuizo e ele perguntou formalmente: Era a mamãe? Eu disse: -Era uma gata lá da faculdade que namora um mané e que está me dando um mole há tempos. Atendi pela surpresa. Ele deu risada e prosseguiu sua tarefa e murmurou: -Cobiçando a mulher do próximo né? Dei mais risada e sabiamente exclamei: -Se vocês fossem conveniados à igreja católica, aposto que eu seria multado por infringir o nono mandamento. Foi aí que tudo veio abaixo. Me dá seus documentos denovo. Engraçadinho aqui gasta bastante dinheiro.
Saí mais uma vez, agora com todas as multas possiveis e convencido que a lei esta seca, salgada e sem tolerância para o senso de humor. Chegando em casa lembrei que não fui convidado a fazer o teste do bafômetro.
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