quarta-feira, 3 de setembro de 2008
Quem conta um conto aumenta um dolar
A era onde crianças sabem ligar máquinas e adultos se divertem em jogos onlines, e que a resposta para questionamentos antes existentes apenas no imaginário, hoje são obtidas com a rapidez de um piscar de um “mouse”, ou de um clique dos olhos, traz a certeza de que a informação está rala, e ao mesmo tempo cheia impurezas. Principal atrativo desta última década, o Google criado em 1998, como rastreador de links da web, assumiu o papel de intermediador de informações e propagador de idéias diferentes ligadas à qualquer tema. Ao beber um suco de laranja e se questionar sobre o bem que ele faz e correr para o google e escrever em ingles “orange juice”, é encontrado informações sobre uma banda de rock inglesa, questionamentos sobre porque franceses bebem tanto suco de laranja, videos no youtube onde o tal do suco é citado e para não quebrar a escrita, um artigo no wikipedia sobre valores nutricionais. Qual é o deficit que alguém tem com a falta desse site? Há como estar ligado ao mundo das informações e entretenimentos sem esse facilitador? Essas respostas também são encontradas no google em algum chat ou blog que discute a super globalização ou a falta de sigilosidade à qual nos entregamos diarimente suduzidos por novas técnicas de encantamento. Caetano Veloso, no alto da ditadura questionou: - Quem é que lê tanta notícia? Baseado apenas em uma banca de revista que brilhava, ou por imaginar o que viria com a banalização da informação? George Orwell, um pouco antes, criticava após o fim da Segunda Grande Guerra Mundial, com o livro 1984, os regimes totalitários, condenando a vigilia feita pelos governos para não permitir que houvesse questionamentos sobre o regime. No livro existia uma “teletela” em cada casa para intensificar a vigilia, era possível ver e ser visto ao mesmo tempo. Aldous Huxley antes ainda, demonstrava seu medo pelo condicionamento psicológico e fim da individualidade imposta pelo autoritarismo do Estado. Hoje, no ano 2008 d.C. a empresa google concentra um arquivo de fotos, videos, cadastramento personalizado, mapas, fotos de satellite mundial em alta definição, de certa forma, todos os artifícios necessários para conquistar voluntariamente um banco de dados inesgotável. O “Só Deus sabe” que antes era dito quando uma pergunta “cabeluda” era feita, hoje é respondida por alguém que de certa forma contou para o google. A busca por conforto pleno, unido pela desconfiança constante, entrega à população sedenta por novidade, a ferramenta certa para a desorientação coletiva.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário